Discurso de agradecimento por ocasião da
homenagem
prestada pela Câmara Municipal de Belo Horizonte
a Dr.
Oliveira Santiago Maciel, Chefe da Polícia Civil /MG
DISCURSO TÍTULO
DE CIDADANIA HONORÁRIA DE
BELO
HORIZONTE
Belo
Horizonte, 12 de setembro de 2014.
Senhoras e Senhores,
São indescritíveis neste momento a
minha emoção e a dimensão do meu orgulho por tão honrosa homenagem prestada por
esta Câmara Municipal - expressão política da vontade do povo de Belo Horizonte
- elevando-me à condição de filho desta terra. É inevitável voltar os olhos ao
caminho percorrido até aqui, resgatando na memória e no coração os fatos e
sentimentos necessários para contar um pouquinho dessa trajetória.
Há aproximadamente 40 anos, ainda
adolescente, escolhi Belo Horizonte, carinhosamente conhecida como “beagá”,
como o lugar onde eu semearia os meus sonhos. Deixei pra trás minha querida
cidade natal, Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, região carente de
recursos financeiros, mas repleta de sabedoria e de generosidade e trouxe
na bagagem desejos tão simples e comuns da juventude: cursar uma boa faculdade,
alcançar uma boa profissão e constituir família.
O Bairro Floresta foi o ponto de
chegada nesta capital. Após morar por alguns anos na companhia de uma tia e primos,
alugamos um barracão, onde dividi espaços simples e modestos com
alguns irmãos, em uma fase marcante de muita proximidade com nosso pai, então
vítima de acidente automobilístico. Os cuidados diários e permanentes que
exigia nos viabilizaram momentos únicos para retribuirmos um pouco do amor e da
proteção que sempre tivemos. Essa ligação muito forte fez crescer e solidificar
em cada um de nós os valores que ele representa: disciplina, dignidade,
solidariedade, respeito e superação são apenas alguns exemplos das
características que moldaram seu caráter. Como sou grato por cada um daqueles
momentos.
No campo profissional, trabalhei
em uma joalheria na Galeria do Ouvidor e, em seguida, em um consultório
odontológico juntamente com minha irmã, Jeanine, na época recém-formada na
área.
Em 1980, por meio de concurso
público para o cargo de Escrivão de Polícia, cursei a Academia de Polícia Civil
e me afastei por quase dois anos desta capital, atuando em Janaúba. De lá,
retornei para cursar a graduação em direito na Faculdade Monsenhor Messias em
Sete Lagoas e em 1987, após novo concurso público, iniciei a minha carreira de
Delegado de Polícia, passando por Diamantina e Lagoa Santa, antes de retornar a
Belo Horizonte. Aqui, trabalhei na Delegacia Seccional Sul, Superintendência
Geral, Escola Ordem e Progresso – como diretor de ensino – e, em seguida, fui
designado para o DETRAN, onde, por último, ocupei o cargo de Diretor até poucos
meses atrás, quando fui nomeado Chefe da Polícia Civil.
Nesse trajeto, ainda como Escrivão
de Polícia, atuando na Corregedoria, conheci minha esposa, Gessy, também recém
empossada como servidora da Instituição. Incluindo um noivado de 05 anos, com
10 anos de namoro, nos casamos em 1991, sendo abençoados cinco anos depois com
os gêmeos, Daniel e Victor.
É incrível, Senhoras e Senhores,
como aquelas sementes tão simples e comuns se transformaram em uma floresta
densa de frutos e flores que jamais imaginei colher ou respirar um dia. Desde o
que há de melhor em mim, uma fé inquebrantável em DEUS e a minha família -
porto seguro e sustentação da minha existência -, passando por maravilhosos
amigos e colegas de trabalho, até chegar ao reconhecimento profissional que me
alçou ao mais alto cargo da Instituição a que pertenço, TUDO,
ABSOLUTAMENTE TUDO faz com que o meu coração transborde de uma alegria
indescritível neste momento, enchendo os meus olhos de lágrimas que representam
a incalculável gratidão que sinto por aquilo que a vida me fez, em síntese, nas
palavras da poetisa Cora Coralina:
“o
que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e
semeando, no fim terás o que colher”.
E como parte essencial dela, esse
Belo Horizonte do qual hoje me torno filho legítimo! Esse Belo Horizonte cuja
beleza se traduz naturalmente no abraço da Serra do Curral e na mansidão da
Lagoa da Pampulha. Esse Belo Horizonte cuja cultura se ostenta em museus, teatros e cinemas que se
misturam a um conjunto arquitetônico ímpar. Esse Belo Horizonte cuja alegria
está comprovada no emblemático título de “capital nacional dos botecos”,
sustentado, sem dúvida, por uma das mais admiráveis e tentadoras cozinhas do
mundo. Obrigado, Belo Horizonte, por permitir-me ser seu filho.
Inebriado de emoções, ressalto que
essa homenagem extrapola a minha pessoa e, portanto, enobrece m’alma agradecer
e dividi-la com todos aqueles que de uma maneira ou de outra contribuíram para
a existência deste momento.
Obrigado ao Vereador, Coronel
Piccinini, por ser a voz do Município nessa permissão. Muito obrigado, amigo,
por essa homenagem. Saiba que o seu nome e sua história de dedicação à
Segurança Pública em Minas Gerais são referências na minha atuação diária.
Obrigado à Polícia Civil de Minas
Gerais, através de cada um de seus integrantes. A minha história de vida, aqui
narrada brevemente, é indissociável desta Instituição que dirijo com tanta
honra. Boa parte dos frutos e das flores aos quais me referi agora a pouco foi
dádiva da vivência organizacional. Boa parte das lutas, do crescimento e do
amadurecimento pessoal também foi construída na PCMG. Essa
trajetória foi facilitada na medida em que seu canal de expressão coincidiu com
uma Instituição que há mais de dois séculos tem contribuído para tornar o Estado
de Minas o melhor Estado para se viver.
Obrigado aos tantos queridos
amigos com os quais fui presenteado pelo caminho. Aprendi muito com cada um de
vocês e trago na bagagem um pouco de tudo que partilharam e ainda partilham
comigo.
Ao meu pai, Odair, cuja memória é
referência em minha vida e cujos atributos de respeito às pessoas, humildade,
generosidade e perseverança representam bem o homem que foi e a herança que nos
deixou.
À minha mãe, Carmelita, faltam-me
palavras. Suas lições de coragem, liderança, honestidade, solidariedade e fé em
Deus guiaram meus passos nessa caminhada. Eu precisaria reinventar a definição
da palavra TUDO para expressar o que a senhora significa pra mim.
Aos meus irmãos e irmãs, melhores
amigos em tempo integral, obrigado por cada minuto de convivência e de carinho.
À minha amada esposa, Gessy, é preciso
respirar fundo! Essa homenagem pertence a você. Não há o que seja MEU, porque
construímos juntos cada centímetro dessa história. Certamente você me sustentou
mais do que foi por mim sustentada. Muito obrigado pelo privilégio de tê-la ao
meu lado! Muito obrigado pelo seu amor!
Aos meus amados filhos, Daniel e
Victor. Há muitas tentativas poéticas de se definir o que um filho representa,
mas nenhuma delas é capaz de alcançar a essência do coração de um pai. Obrigado
por existirem. Tenho muito orgulho de vocês e a convicção de que trilharão o
mesmo caminho do bem.
Acima de tudo e de todos, obrigado
a Deus! Obrigado por Teu amor incondicional, por Tua proteção e vigilância
constantes. Obrigado por tantas bênçãos e graças derramadas em minha vida. Toda
honra e toda glória a Ti, meu Senhor e meu Deus!
Agora, já cidadão honorário de
Belo Horizonte e como forma de retribuir a minha gratidão, partilho com vocês,
mais uma vez, outras belas palavras da poetisa Cora Coralina. Creio que elas
traduzem a minha relação com Beagá:
“Não sei se a vida é curta ou
longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o
coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que
envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia,
lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.E
isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que
ela não seja curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto
durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.
Muito obrigado! Muitíssimo obrigado!
Nenhum comentário:
Postar um comentário