quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Discursos de Agradecimento - Dr. Oliveira Santiago Maciel

Discurso de agradecimento por ocasião da homenagem 
prestada pela Câmara Municipal de Belo Horizonte
Dr. Oliveira Santiago Maciel, Chefe da Polícia Civil /MG

DISCURSO TÍTULO DE CIDADANIA HONORÁRIA DE
BELO HORIZONTE 

Belo Horizonte, 12 de setembro de 2014.

Senhoras e Senhores,

São indescritíveis neste momento a minha emoção e a dimensão do meu orgulho por tão honrosa homenagem prestada por esta Câmara Municipal - expressão política da vontade do povo de Belo Horizonte - elevando-me à condição de filho desta terra. É inevitável voltar os olhos ao caminho percorrido até aqui, resgatando na memória e no coração os fatos e sentimentos necessários para contar um pouquinho dessa trajetória.

Há aproximadamente 40 anos, ainda adolescente, escolhi Belo Horizonte, carinhosamente conhecida como “beagá”, como o lugar onde eu semearia os meus sonhos. Deixei pra trás minha querida cidade natal, Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, região carente de recursos financeiros, mas repleta de sabedoria e de generosidade e trouxe na bagagem desejos tão simples e comuns da juventude: cursar uma boa faculdade, alcançar uma boa profissão e constituir família.

O Bairro Floresta foi o ponto de chegada nesta capital. Após morar por alguns anos na companhia de uma tia e primos, alugamos um barracão, onde dividi  espaços simples e modestos com alguns irmãos, em uma fase marcante de muita proximidade com nosso pai, então vítima de acidente automobilístico. Os cuidados diários e permanentes que exigia nos viabilizaram momentos únicos para retribuirmos um pouco do amor e da proteção que sempre tivemos. Essa ligação muito forte fez crescer e solidificar em cada um de nós os valores que ele representa: disciplina, dignidade, solidariedade, respeito e superação são apenas alguns exemplos das características que moldaram seu caráter. Como sou grato por cada um daqueles momentos.

No campo profissional, trabalhei em uma joalheria na Galeria do Ouvidor e, em seguida, em um consultório odontológico juntamente com minha irmã, Jeanine, na época recém-formada na área.

Em 1980, por meio de concurso público para o cargo de Escrivão de Polícia, cursei a Academia de Polícia Civil e me afastei por quase dois anos desta capital, atuando em Janaúba. De lá, retornei para cursar a graduação em direito na Faculdade Monsenhor Messias em Sete Lagoas e em 1987, após novo concurso público, iniciei a minha carreira de Delegado de Polícia, passando por Diamantina e Lagoa Santa, antes de retornar a Belo Horizonte. Aqui, trabalhei na Delegacia Seccional Sul, Superintendência Geral, Escola Ordem e Progresso – como diretor de ensino – e, em seguida, fui designado para o DETRAN, onde, por último, ocupei o cargo de Diretor até poucos meses atrás, quando fui nomeado Chefe da Polícia Civil.

Nesse trajeto, ainda como Escrivão de Polícia, atuando na Corregedoria, conheci minha esposa, Gessy, também recém empossada como servidora da Instituição. Incluindo um noivado de 05 anos, com 10 anos de namoro, nos casamos em 1991, sendo abençoados cinco anos depois com os gêmeos, Daniel e Victor.

É incrível, Senhoras e Senhores, como aquelas sementes tão simples e comuns se transformaram em uma floresta densa de frutos e flores que jamais imaginei colher ou respirar um dia. Desde o que há de melhor em mim, uma fé inquebrantável em DEUS e a minha família - porto seguro e sustentação da minha existência -, passando por maravilhosos amigos e colegas de trabalho, até chegar ao reconhecimento profissional que me alçou ao mais alto cargo da Instituição a que pertenço, TUDO, ABSOLUTAMENTE TUDO faz com que o meu coração transborde de uma alegria indescritível neste momento, enchendo os meus olhos de lágrimas que representam a incalculável gratidão que sinto por aquilo que a vida me fez, em síntese, nas palavras da poetisa Cora Coralina:

o que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher”.

E como parte essencial dela, esse Belo Horizonte do qual hoje me torno filho legítimo! Esse Belo Horizonte cuja beleza se traduz naturalmente no abraço da Serra do Curral e na mansidão da Lagoa da Pampulha. Esse Belo Horizonte cuja cultura se ostenta em museus, teatros e cinemas que se misturam a um conjunto arquitetônico ímpar. Esse Belo Horizonte cuja alegria está comprovada no emblemático título de “capital nacional dos botecos”, sustentado, sem dúvida, por uma das mais admiráveis e tentadoras cozinhas do mundo. Obrigado, Belo Horizonte, por permitir-me ser seu filho.

Inebriado de emoções, ressalto que essa homenagem extrapola a minha pessoa e, portanto, enobrece m’alma agradecer e dividi-la com todos aqueles que de uma maneira ou de outra contribuíram para a existência deste momento.

Obrigado ao Vereador, Coronel Piccinini, por ser a voz do Município nessa permissão. Muito obrigado, amigo, por essa homenagem. Saiba que o seu nome e sua história de dedicação à Segurança Pública em Minas Gerais são referências na minha atuação diária.

Obrigado à Polícia Civil de Minas Gerais, através de cada um de seus integrantes. A minha história de vida, aqui narrada brevemente, é indissociável desta Instituição que dirijo com tanta honra. Boa parte dos frutos e das flores aos quais me referi agora a pouco foi dádiva da vivência organizacional. Boa parte das lutas, do crescimento e do amadurecimento pessoal também foi  construída na PCMG. Essa trajetória foi facilitada na medida em que seu canal de expressão coincidiu com uma Instituição que há mais de dois séculos tem contribuído para tornar o Estado de Minas o melhor Estado para se viver.

Obrigado aos tantos queridos amigos com os quais fui presenteado pelo caminho. Aprendi muito com cada um de vocês e trago na bagagem um pouco de tudo que partilharam e ainda partilham comigo.

Ao meu pai, Odair, cuja memória é referência em minha vida e cujos atributos de respeito às pessoas, humildade, generosidade e perseverança representam bem o homem que foi e a herança que nos deixou.

À minha mãe, Carmelita, faltam-me palavras. Suas lições de coragem, liderança, honestidade, solidariedade e fé em Deus guiaram meus passos nessa caminhada. Eu precisaria reinventar a definição da palavra TUDO para expressar o que a senhora significa pra mim.

Aos meus irmãos e irmãs, melhores amigos em tempo integral, obrigado por cada minuto de convivência e de carinho.

À minha amada esposa, Gessy, é preciso respirar fundo! Essa homenagem pertence a você. Não há o que seja MEU, porque construímos juntos cada centímetro dessa história. Certamente você me sustentou mais do que foi por mim sustentada. Muito obrigado pelo privilégio de tê-la ao meu lado! Muito obrigado pelo seu amor!

Aos meus amados filhos, Daniel e Victor. Há muitas tentativas poéticas de se definir o que um filho representa, mas nenhuma delas é capaz de alcançar a essência do coração de um pai. Obrigado por existirem. Tenho muito orgulho de vocês e a convicção de que trilharão o mesmo caminho do bem.

Acima de tudo e de todos, obrigado a Deus! Obrigado por Teu amor incondicional, por Tua proteção e vigilância constantes. Obrigado por tantas bênçãos e graças derramadas em minha vida. Toda honra e toda glória a Ti, meu Senhor e meu Deus!

Agora, já cidadão honorário de Belo Horizonte e como forma de retribuir a minha gratidão, partilho com vocês, mais uma vez, outras belas palavras da poetisa Cora Coralina. Creio que elas traduzem a minha relação com Beagá:

“Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.

Muito obrigado! Muitíssimo obrigado!



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